Febre. Tremores. Dores no corpo. O mundo lá fora ganha proporção e coerência de uma dor surda, pesada. A vida bruta é retomada como numa lição de anatomia. Fundamentos. Ossos partidos, a carne que aqui e ali foi aberta, sofrimentos da alma convertidos no que são. Um tremor, uma obstrução, carência química. O alívio ao alcance da mão. Novartis, Bayern, Pfizer. Esses Orixás todos.
A solidão básica de existir. Bioquímica. Química.
Uma hora esse corpo imantado por sua história e materialidade, por seus desastres, mais que seus gozos, se desmagnetizará - eu sequer perceberei que tudo terá mudado em mim.
Por enquanto, filosofo - toda reflexão, febril constato, é parte de um grande adoecer. A saúde, ela, é um esquecimento de si.
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